Políticas
públicas precisam levar em conta desigualdades, diz assessor do Pnud
- 31/01/2018 17h34
- São Paulo
Daniel
Mello – Repórter da Agência Brasil
O assessor sênior do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Haroldo Machado, afirmou hoje (31)
que é preciso identificar as diversas formas de desigualdade para desenvolver
políticas públicas que contemplem toda a população.
“É fundamental desagregar os dados para ir além das médias estatísticas", disse Machado, ao falar sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em um evento promovido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Esses objetivos são as 17 metas negociadas entre os 193 países membros da Organização das Nações Unidas, apontando soluções para os grandes problemas sociais e ambientais até 2030.
Segundo o assessor do Pnud, as médias estatísticas no Brasil não revelam todas as histórias. "Enquanto a média de vida da população brasileira é 76 anos, a média de vida de uma pessoa trans no Brasil é 34 anos”, ressaltou Machado.
“É fundamental desagregar os dados para ir além das médias estatísticas", disse Machado, ao falar sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em um evento promovido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Esses objetivos são as 17 metas negociadas entre os 193 países membros da Organização das Nações Unidas, apontando soluções para os grandes problemas sociais e ambientais até 2030.
Segundo o assessor do Pnud, as médias estatísticas no Brasil não revelam todas as histórias. "Enquanto a média de vida da população brasileira é 76 anos, a média de vida de uma pessoa trans no Brasil é 34 anos”, ressaltou Machado.
As assimetrias se apresentam de
diversas formas, destacou Maitê Gauto, especialista em políticas públicas da
Fundação Abrinq, sobre como uma metrópole pode conter realidades radicalmente
diferentes. “A cidade de São Paulo tem um índice de desenvolvimento considerado
alto, mas dentro da cidade existem bolsões de pobreza extrema”, enfatizou.
Trabalho integrado
Além do diagnóstico cuidadoso,
para conseguir adotar medidas eficientes para problemas complexos ou crônicos,
os municípios precisam atuar de forma transdisciplinar, fugindo da fragmentação
característica da administração pública. “Um problema de educação acaba sendo
de responsabilidade da Secretaria de Educação. Mas, na verdade, quando
identificamos um problema como evasão escolar ou até o desempenho de alunos, a
reação para enfrentar o problema muitas vezes depende de outras áreas da
administração”, exemplificou o diretor executivo da organização não
governamental (ONG) Agenda Pública, Sérgio Andrade.
Segundo Andrade, nesse sentido,
os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável são uma forma de guiar tais ações,
ao estabelecer linhas base de trabalho. “Os ODS trazem uma perspectiva de
integração que facilita a cooperação. Tem um processo de alinhamento das
prioridades da administração municipal”, acrescentou.
“Para problemas que têm causas
interligadas, podemos organizar grupos de servidores, grupos de trabalho que
possam coordenar as ações para que as causas do problema sejam vistas de forma
intersetorial. É uma oportunidade muito valiosa do ponto de vista de trabalho
em conjunto”, detalhou Andrade.
Gestão de recursos
Além da organização, a consultora
da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo Márcia
Vieira destacou a importância de um planejamento para a aplicação dos recursos
disponíveis. A partir de um estudo analisando os gastos e resultados dos
estados brasileiros com foco nos ODS, a especialista demonstrou que nem sempre
os maiores aportes de dinheiro trazem benefícios proporcionalmente. “Por que alguns
estados conseguem ter, com um gasto menor, um resultado melhor? Ainda não temos
a resposta”, questionou.
“Mas gente acredita em alguns
elementos, que têem a ver com alta especialização. Atitudes bem pontuais para
transformar a realidade de um estado ou município podem fazer a diferença. A
criatividade de lidar com poucos recursos, que não é fácil, não é brincadeira”,
completou.
Edição: Nádia
Franco
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