Forças
Armadas têm atuação ampliada nas eleições deste ano
Publicado
em 06/10/2018 - 13:45
Por Mariana
Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Brasília
O total de cidades com atuação
das Forças Armadas para manter a segurança na votação passou de 325 nas últimas
eleições de 2014 para 513 este ano, segundo o Ministério da Defesa.
Apesar do aumento, o ministério
não acredita em mais violência. "Nada indica que tenha hoje (6), lógico
que podem haver fatos pontuais, mas nada indica que tenha problema nas áreas
que estamos preparados para atuar", disse o Subchefe de Operações,
vice-almirante Newton de Almeida Costa Neto.
Segundo o último balanço,
divulgado ontem (5), as cidades que receberão o apoio das Forças Armadas estão
em 11 estados: Acre (11 municípios); Maranhão (72); Piauí (134); Rio de Janeiro
(69); Amazonas (27); Mato Grosso (19); Mato Grosso do Sul (4); Pará (61); Rio
Grande do Norte (97); Tocantins (14) e Ceará (5).
A chamada Garantia da Votação e
Apuração (GVA) é uma atividade militar semelhante às missões de Garantia da Lei
e da Ordem (GLO). No entanto, a GVA é utilizada para manter a normalidade da
segurança pública nos locais de votação e apuração durante o pleito eleitoral
nas localidades onde o TSE requisitar.
Os locais que pediram apoio na segurança também
aumentaram em relação às últimas eleições, municipais, em 2016, quando 467
municípios receberam a ajuda.
Segurança
Apesar do aumento nos municípios
em relação às últimas eleições gerais, a expansão no número de militares que
atuarão "não é tão significativa", na avaliação de Costa
Neto.
Há quatro anos, 21,5 mil homens
atuaram tanto na logística quanto para garantir a segurança pública nos locais
de votação e apuração. Em 2018, estão confirmados 24
mil. Esse número pode crescer até amanhã, domingo. A previsão do Ministério da
Defesa é que pode chegar a 26,5 mil.
"Áreas de inteligência estão
operando no sentido de identificar qualquer possibilidade de movimento
organizado que atue para que haja dificuldade na votação. Até o momento, não
temos nenhuma informação a respeito disso", disse.
E acrescentou: "Ações que
podem ocorrer seriam pontuais. Não há um movimento que a gente possa dizer que
é preocupante ou que tenha que mobilizar mais gente por conta disso",
disse o vice-almirante Newton de Almeida Costa Neto.
O Rio de Janeiro, sob intervenção
federal, não preocupa em termos de logística, disse.
"O Rio de Janeiro está sob
intervenção, o que facilita demasiadamente. Já estamos com tropas das Forças
Armadas e forças de segurança integradas durante o ano no local. As áreas mais
críticas tiveram forte ação das forças de intervenção", explicou.
O militar destaca o Nordeste como
uma região com altos índices de violência, especialmente no Rio Grande do
Norte, Piauí e Ceará. Pela primeira vez, Fortaleza e Sobral, no Ceará,
pediram apoio das Forças Armadas.
Neto garante, no entanto, que não
há risco às eleições. "Forças Armadas e [as forças] de segurança estão nos
locais e fazem segurança em relação ao pleito. Não temos indicativo de que haja
interferência de organizações criminosas", argumentou.
Comunidades isoladas
As Forças Armadas trabalham ainda
para levar urnas de votação para aldeias indígenas, comunidades ribeirinhas e
quilombolas e outras comunidades isoladas. Ao todo, até o último balanço, foram
feitas solicitações de apoio logístico para 91 localidades, em cinco estados:
Acre, Amazônia, Amapá, Mato Grosso do Sul, Roraima.
O auxílio das Forças Armadas no
apoio logístico é feito para o transporte de pessoal da Justiça Eleitoral e de
urnas. Os militares desempenham essa tarefa acompanhados de servidores da
própria Justiça Eleitoral. "Há locais que o acesso é
impossível por meio comercial. Deslocamos helicópteros, lanchas, embarcações,
para garantir [a votação] em locais isolados", disse Neto. Segundo ele, o
transporte deve ser concluído até a próxima madrugada.
Solicitações
As solicitações de apoio das
Forças Armadas, quer seja para GVA ou no transporte de pessoal e urnas, são
formuladas pelos Tribunais Regionais Eleitorais ao TSE.
Segundo o Ministério da Defesa, a
GVA é uma atividade militar semelhante às missões de Garantia da Lei e da Ordem
(GLO). No entanto, a GVA é utilizada especificamente para manter a normalidade
da segurança pública nos locais de votação e apuração, durante o pleito
eleitoral, nas localidades onde o TSE requisitar.
Após a análise e deliberação do
TSE, as demandas são repassadas ao Ministério da Defesa, responsável pelo
planejamento e execução das ações empreendidas pelas Forças Armadas. Por sua vez, o ministério
encaminha as requisições aos Comandos Operacionais ativados para este fim -
unidades militares responsáveis por providenciar o atendimento. Até o momento, mais de 24 mil
militares fazem parte das Forças Componentes da missão nas áreas autorizadas
pelo TSE. Estão sendo empregadas 31 aeronaves, 2.280 viaturas e 146
embarcações.
Edição: Kleber
Sampaio