quarta-feira, 12 de junho de 2013

A ERA DO URBANISMO ALGORÍTMICO





O texto é da revista Galileu e aproveitamos para demonstrar o quanto estamos atrasados em planejamento, execução e trabalho urbano. Parauapebas pode ser melhor. Temos projeto para toda a cidade, no conjunto habitação, transporte, segurança, lazer, saúde e educação. E crescimento. Mas somos locais, para o poder local NÃO SERVE. No projeto PARAUAPEBAS, A CIDADE VERDE, demonstramos para algumas pessoas, o que seria daqui, se este governo tivesse lucidez suficiente para compreender o mapa urbana como um todo: gente, historia, tecnologia. Este projeto sairá brevemente como material didático para cursos de demografia, urbanismo , sociologia e outros corretos, na forma de livro. Mas aqui tem que vir gente de fora, para primeiro aprender e depois fazer. E o tempo se esgotando. Somos  EXCLUSIVA. Somos on demand.

Algoritmos de big data previram a reeleição de Obama
Startup usa Big Data para analisar padrões de uma cidade e prever problemas estruturais - o resultado são apps que ajudam os cidadãos a evitar congestionamentos ou saber se terão lugar para sentar no metrô
por Luciana Galastri 

Rand e a equipe do Snips avaliam dados sobre Paris // Crédito: Divulgação
São 18h, você está em um ponto de ônibus e passa um veículo lotado de passageiros. Você precisa tomar uma decisão - embarcar e correr o risco de passar o trajeto inteiro disputando um espaço mínimo com seus companheiros de viagem ou esperar o próximo ônibus, acompanhado da incerteza de saber se ele irá chegar rapidamente ou não. Esse cenário, comum para muitos dependentes do transporte coletivo, pode se tornar uma coisa do passado graças a um novo conceito: o de urbanismo algorítmico.

Reunindo uma enorme quantidade de dados coletada por serviços da própria cidade (como a Secretaria de Transportes, no caso do exemplo anterior), seria possível refinar essas informações e convertê-las em previsões sobre o trânsito, crimes e consumo de energia. O resultado seria um app, disponível aos cidadãos e aos governos, que revelaria qual é a melhor rota, se o trânsito estará congestionado e quais áreas serão perigosas em quais horários. Quem propaga essa idéia é a startup Snips, que já realiza um trabalho similar em Paris. Na França, o primeiro app da empresa, focado no transporte público da capital e batizado de Tranquilien será lançado no dia 24 de junho para sistemas iOS com uma versão para Android saindo em Setembro.

De acordo com o co-fundador e CEO da Snips Rand Hindi, prever o ‘comportamento urbano’ é uma necessidade para cidades que estão crescendo e irão crescer ainda mais - até 2050, 70% da população mundial estará vivendo em grandes centros, o que significa 7 bilhões de pessoas (número aproximado da população mundial total de hoje). Mas essas cidades foram projetadas para abrigar até 10% desse contingente e oferecer qualidade de vida para o excedente é um desafio. “As pessoas se mudam, mas as cidades não, pelo menos não rápido o suficiente. Acreditamos nessa forma de controlar as cidades, no qual há feedback constante entre as pessoas e a administração, para suprir essa necessidade. Por exemplo, se pudermos prever para onde as pessoas precisarão ir amanhã, a prefeitura pode criar opções de transporte rapidamente”, conta Hindi, em entrevista para a GALILEU.

Ele explica que, ao contrário de análises feitas com dados coletados no passado, sua empresa usa Big Data para encontrar padrões que se repetem atualmente. Cruzando os motivos que causam a superlotação em metrôs, por exemplo, com a freqüência dos trens, informações sobre os seus destinos e sobre o perfil do passageiro, é possível fazer previsões exatas.

Atualmente, o Snips funciona com demandas de prefeituras e governos. Os clientes fornecem suas bases de dados que são combinadas com estatísticas públicas. Essa informação é transformada em um produto aberto (no caso de um app) para cidadãos, que podem inserir mais informações no banco de dados o tempo todo, ajudando o software a se atualizar. Por enquanto o foco principal é a mobilidade, mas Hindi conta que eles já estão trabalhando em formas de prever crimes, consumo de energia e produção de resíduos.

“O objetivo final é criar um modelo completo de uma cidade, com diferentes camadas interagindo, e, dessa forma, prever como elas se afetam mutuamente”, afirma Hindi. Isso significaria não apenas dar mais poder de ação para autoridades locais no caso de uma emergência, mas prever problemas e agir antes que eles aconteçam, monitorando a cidade como um todo.

O Snips está trabalhando em produtos voltados para Nova York e Londres , além de Paris. E, como a equipe de Hindi teve uma estadia recente no Brasil, passando por São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis, ele já adianta: o país apresenta muitos desafios como o trânsito e segurança que poderiam ser melhorados com o seu método. "Ficou claro que devemos abrir um escritório por aqui em breve", conclui. 

Monitorando cidades brasileiras

Por aqui, o mais próximo que temos da tecnologia do Snips é o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, que monitora a capital carioca 24h, buscando minimizar problemas como engarrafamentos, enchentes e outras ocorrências que possam atrapalhar ou até arriscar a vida dos cidadãos. De acordo com o Chefe Executivo do Centro de Operações da Prefeitura do Rio, Pedro Junqueira, são coletadas informações de diversas fontes - desde o Radar Meteorológico próprio da cidade quanto de oficiais nas ruas e dicas de cidadãos através das redes sociais.

Os dados são integrados através de um software específico desenvolvido pela prefeitura, o RioMídia. "Nele são apresentados, por exemplo, as ocorrências registradas e os nossos efetivos nas ruas, em uma mesma base. São mais de 100 camadas com informações apresentadas em forma de mapa (baseado no Google Earth), o que nos permite ter uma visão mais detalhada do que acontece na cidade", explica Junqueira.

Ainda não dá para entregar previsões para cidadãos através de apps, mas já é possível deixar equipes operacionais de prontidão no caso de uma grande movimentação no trânsito, ou analisar as informações meteorológicas (há 3 reuniões com meteorologistas por dia) para prever uma possível enchente. Em eventos como a Copa das Confederações ou a futura Copa do Mundo, o Centro deverá atuar para realizar preparações para o maior número de pessoas e turistas na cidade. "Todas as sedes da Copa do Mundo precisarão possuir, mesmo que temporariamente, um Centro Integrado de Operações para monitorar a movimentação do público e das delegações ", conta Junqueira.

Por dados mais acessíveis

Trabalhando com Big Data a equipe do Snips identificou uma grande dificuldade - o acesso a pesquisas e informações de instituições públicas. Apesar de dever serem abertos à população, nem sempre organizações públicas estão dispostas a distribuir esses dados, já que eles podem não ser favoráveis a sua administração. Ou então organizações privadas não entendem todo o potencial de suas pesquisas. Com isso em mente, foi lançada a iniciativa Freedata.io que confia no poder das redes sociais para reforçar a demanda por esse material.

Através do site um pesquisador pode solicitar apoio (através de retuítes) para solicitar informações - consumo de energia, estatísticas sobre o trânsito, ocorrência de doenças, as possibilidades são inúmeras. Quem também se interessa sobre os dados pode apoiá-lo e, depois, acessá-los também. Saiba mais aqui.
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